sexta-feira, 22 de julho de 2016

Sobre a Inclusão de Surdos na Escola Regular

A linguagem é o que nos difere dos outros animais é o que nos torna seres inteligentes.

Através das palavras  interagimos, nos colocamos, nos posicionamos e nos mostramos para os demais humanos . 

A antropologia nos ensina que trocamos instinto por inteligência, por tanto, desde o nascimento aprendemos. A linguagem, é nosso primeiro meio de ver o mundo. As mães falam com seus bebês e deste encontro nasce o ser humano, das suas interações sociais, dos grupos pelo qual convive e vai se tornando o que ele é.
Agora imagine como seria se fosse-nos negada a possibilidade de comunicação...
Os processos de aquisição da linguagem para surdos não são tão simples, , começando com a negação no início da infância do aprendizado de libras muitas vezes advindas da própria família por ignorância ou falta de aceitação.  A criança surda não encontra facilmente uma escola que tenha libras como língua no currículo, precisando deste modo ir para uma escola especializada, não ocorrendo a famosa INCLUSÃO o que  torna o ensino de libras bastante exclusivo para não dizer excludente.

Ao ler o texto “Em defesa da escola bilíngue para surdos: a história de lutas do movimento surdo brasileiro.”, das autoras Campello e Rezende, fiquei  impactada, com o fato de não existir  a "escola inclusiva" como uma maneira de introduzir crianças deficientes na escola regular. Na tentativa de fechar importantes institutos como INES ou o IBC, o MEC afirma que escolas assim são segregadoras. Viver em comunidade, com pessoas que te compreendem, literalmente falam a mesma língua que você, é segregador?

.  “Verifica-se que a Língua de Sinais é utilizada muito mais como um instrumento a fim de ensinar a Língua Portuguesa, que possui prestígio e goza de reconhecimento social dentre os professores que, em sua grande maioria, não possuem fluência em Libras e, tampouco, qualificação metodológica voltada ao ensino de alunos surdos. Em decorrência deste contexto, perde-se a expectativa de excelência que deveria pautar a proposta bilíngue de ensino, também prevista em lei, para os sujeitos surdos...”.


Nós professores, necessitamos de formação para recebermos nossos alunos surdos e os incluirmos de forma digna na escola. . A escola precisa ser transformadora dentro da nossa sociedade, e não meramente um dublê e para isto nós professores precisamos tomar o nosso papel de protagonistas deste processo.


Nenhum comentário:

Postar um comentário