sábado, 2 de julho de 2016

OLHAR X VER

A priori, “ver e olhar”, eram para mim; senso comum e não passavam de meros sinônimos. Foi necessário, ver os vídeos e ler o material sugerido na interdisciplina de Seminário Integrador III  para perceber uma longa distância na conceituação destas duas palavras.Elas tem campos de significação diferentes e contrastantes, para minha surpresa. Segundo as leituras que fiz baseadas na obra: “O Olhar Viajante” de Sérgio Cardoso: ver conota discrição e passividade, é um olhar desatento, ingênuo, espontâneo, subjetivo. Já olhar tem como condição a intenção, a investigação, a necessidade de ver o novo e vê-lo de novo, ele investiga e provoca a dúvida. Os vídeos me auxiliaram a ilustrar o que li. No intitulado Thomas Newman, algumas folhas secas, objetos e uma sacola de supermercado voavam soltos na rua fazendo uma dança que estou acostumada a ver no dia a dia. Este vídeo não me tocou, não me fez ter vontade de seguir vendo-lhe. Entendo que ele foi visto e não olhado por mim. O vídeo “Pas De Deux”, me tocou, me emocionou, me causou curiosidade, pensei, em princípio, que poderia ter alguém, vestido, de preto manipulando os tecidos. Precisei voltar o vídeo, reassistir, creio que  este vídeo foi olhado por mim, afinal o olhar pensa, é a visão feita interrogação.
 Observei também que a semelhança entre os dois vídeos é gigantesca, o que confirma que entre ver e olhar o que se transforma é a configuração de mundo de quem assiste.
Estes vídeos e leituras me fizeram entrar em conflito e pensar se estou OLHANDO meus alunos ou apenas os VENDO, se estou cumprindo com meu papel de pesquisadora desntro da sala de aula ou se estou sendo uma mera cumpridora de tarefas.
Creio que para fazer diferença na educação e sei que a aprendizagem passa pelo lógico e pelo dramático e vou ser mais atenta a partir de agora para OLHAR o que precisa ser visto dando significado a minha prática.


 Estamos de OLHO! :)

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