A priori, “ver e
olhar”, eram para mim; senso comum e não passavam de meros sinônimos. Foi
necessário, ver os vídeos e ler o material sugerido na interdisciplina de Seminário Integrador III para perceber uma longa
distância na conceituação destas duas palavras.Elas tem campos de significação
diferentes e contrastantes, para minha surpresa. Segundo as leituras que fiz baseadas na obra: “O Olhar Viajante” de Sérgio Cardoso: ver conota discrição e
passividade, é um olhar desatento, ingênuo, espontâneo, subjetivo. Já olhar tem como condição a
intenção, a investigação, a necessidade de ver o novo e vê-lo de novo, ele
investiga e provoca a dúvida. Os vídeos me
auxiliaram a ilustrar o que li. No intitulado Thomas Newman, algumas folhas
secas, objetos e uma sacola de supermercado voavam soltos na rua fazendo uma
dança que estou acostumada a ver no dia a dia. Este vídeo não me tocou, não me
fez ter vontade de seguir vendo-lhe. Entendo que ele foi visto e não olhado por
mim. O vídeo “Pas De
Deux”, me tocou, me emocionou, me causou curiosidade, pensei, em princípio, que
poderia ter alguém, vestido, de preto manipulando os tecidos. Precisei voltar o
vídeo, reassistir, creio que este vídeo
foi olhado por mim, afinal o olhar pensa, é a visão feita interrogação.
Observei também que
a semelhança entre os dois vídeos é gigantesca, o que confirma que entre ver e
olhar o que se transforma é a configuração de mundo de quem assiste.
Estes vídeos e leituras me fizeram entrar em conflito e pensar se estou OLHANDO meus alunos ou apenas os VENDO, se estou cumprindo com meu papel de pesquisadora desntro da sala de aula ou se estou sendo uma mera cumpridora de tarefas.
Creio que para fazer diferença na educação e sei que a aprendizagem passa pelo lógico e pelo dramático e vou ser mais atenta a partir de agora para OLHAR o que precisa ser visto dando significado a minha prática.
Estamos de OLHO! :)

Nenhum comentário:
Postar um comentário