Hoje é dia das crianças e estive pensando acerca da minha prática em alfabetização com crianças de classes populares e, também, na recente alfabetização do meu filho, aos 5 anos, eu
concluo que a falácia de que as crianças perdem a infância ao se alfabetizarem
muito cedo na escola é “balela” pois aprender é muito prazeroso, como disse
Emília Fernandes, desde que não sejam usados os métodos ruins utilizados no
Ensino Fundamental o letramento e a alfabetização podem e até devem iniciar na Educação Infantil.
Todos podem aprender, para
isto precisam de um professor atento ao
processo de aprendizagem de cada um, de provocações adequadas e de sentir
“falta” do conhecimento. Meu filho, por
exemplo, tem muitos livros, eu leio para ele todas as noites, desde que
descobri que ele existia, ele tinha livros de banho, ele me vê lendo, fazendo
lista de compras, lendo manuais, escrevendo receitas, planos de aula, e-mails,
tem acesso a papeis, vê revistas, jornais em casa: ele sentiu a “falta”
rapidamente, tanto que se alfabetizou
sem muito esforço, brincando. Os
alunos, que eu tinha na Vila Cruzeiro, não tinham esse mesmo acesso aos eventos
de letramento,e não viam importância em livros, jornais serviam para serem
vendidos e para que aprendessem a ler eu
precisava provocar essa” falta” neles
mostrando a importância da leitura e da escrita que até então não lhes fazia
sentido, o que, certamente, era muito mais trabalhoso, pois a memória afetiva
que meu filho tem ligada a leitura essas crianças não tinham.
Quanto a idade certa para
alfabetizar , como disse a Emília Ferreiro, as crianças tem a mania de não
obedecer elas aprendem quando estão interessadas, quando estão provocadas,
quando estão encantadas e quando vêem sentido em aprender. Encantemos então
essa criançada!
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