domingo, 9 de julho de 2017

Pensando a LDBEN

O momento atual do nosso país é complicado.

Golpe político, corrupção,sai presidente entra presidente,  lavagem de dinheiro, desvio do dinheiro público,e por ai vamos.

Diante da situação, ainda temos: reforma previdenciária e mudanças significativas na educação sendo discutidas e meio que jogadas “goela abaixo” de todos nós brasileiros.

E em meio a todo esse quadro caótico fomos provocadas pela interdisciplina de organização do ensino fundamental a assistir uma palestra com o professor Jamil Cury sobre as trajetórias na consolidação da Lei de Diretrizes e Bases da Educação nacional.

Para o professor “mexer nesta Lei é um retrocesso”. Ele  fala isto porque os direitos construídos sobre a organização da educação brasileira, a democracia estão sendo ameaçados.

Segundo  Cury, a LDB é um marco  para o Brasil. Foi uma construção difícil e demorada,
Gratuidade, direito, democracia, financiamento foram deixados de lado, assim que agregaram leis paralelas a LDB que acarretaram a disciplinarização do financiamento e à indução da municipalização do ensino.

Temos hoje uma LDB mesmo modificada que se mostra eficaz ainda em novos tempos, e que mesmo necessitando de atualizações para seu sucesso tem em sua origem avanços no sentido de uma educação básica de qualidade, com programas de financiamento, alcance e oportunidade igualitária, com pontos positivos no índice de analfabetismo, de alunos pobres ingressando em universidades, com uma educação que valoriza as minorias, com alunos que tem uma educação melhor.
Questiona-se qual será o impacto social frente às mudanças do Ensino Médio com a promulgação da Lei 13415.

Pensa-se na questão do jovem adolescente de quinze anos, que dificilmente tem condições de escolher o curso de formação a seguir. É preciso torná-la clara, mas diante mão, já se sabe: houve um esquecimento das aspirações democráticas. E como ficará a nova base curricular? Ou ainda, como deveria ser a nova Lei?


Segundo o professor a LDBEN é um campo de disputas e interpretações, um espaço de perdas e ganhos, sendo assim, como profissionais da educação devemos estar atentos para tais questões, principalmente neste tempo de anormalidade democrática, onde a educação não importa afinal , cidadãos que pensam, que criticam não são massa de manobra para políticos corruptos .

quarta-feira, 5 de julho de 2017

Escutando os alunos

Hoje três alunos conversavam... Eu ali perto fiz aquela escuta pedagógica de pesquisadora ...

Aluno 1. Quando eu era pequeno eu chorava uns três dias quando meu pai batia na minha mãe...eu gritava " para pai, para!" ele não parava: "arrebentava" toda ela...eu chorava e ia pra casa da minha avó uns dias. Aí eles se separaram. Minha mãe arrumou um namorado...ele tbm "dava pau" nela só que daí eu defendia ela e apanhava também. Era bem ruim. Minha mãe se separou dele na terceira surra que ele me deu e voltou com meu pai...agora não me meto mais... Ele ainda dá nela mas eh meu pai...me ama...somos uma família.

Aluno2. Lá em casa meu padrasto foi pra Igreja...se não fosse minha mãe largava dele...ele bebia...o demônio possuía e ele batia em "tudo" nós. Agora faz mais de ano q não bebe e nem bate em ninguém. Mas cara...eu sonho toda noite que ele me bate...não sei, não consigo confiar.

Aluna3. Meu pai batia na gente também...e abusava...sabe..coisa que adulto não pode fazer. Minha mãe descobriu e fomos: eu, ela e minha irmã morar num abrigo. Hj a gente vive escondida dele. A mãe casou de novo mas ele eh bom, é bem velhinho e tem diabete...já combinamos que qualquer coisa nos três nos juntamos e batemos nele.

O que pensar, colegas?

A aprendizagem é lógica mas tbm é dramática e lá estava eu montando quebra cabeças de divisão....

O que não eh dito vira sintoma, como já nos bem disse o velho e sábio Freud então é chegada a hora de trazer a temática da  violência doméstica para dentro da sala de aula e só assim conseguir ensinar matemática?

Acho que acaba de nascer um novo projeto pedagógico na turma 51, concordam?