A inclusão escolar nada mais é que o acolhimento de todos, sem exceção, no sistema educacional regular e formal.
Este acolhimento, fica implícito, deve ser feito sem discriminação de classe social, cor, credo, condições físicas, mentais, psicológicas, etc.
O que mais vemos nas escolas é a inclusão de alunos chamados portadores de necessidades educacionais especiais ( NEE), sejam deficiências físicas, mentais ou cognitivas.
A inclusão destes alunos é um direito adquirido através do artigo 208 da Constituição Brasileira que assegura como dever do Estado a garantia do atendimento educacional "especializado" aos portadores de deficiência, preferencialmente, na rede regular de ensino.
Não aceitar nas escolas ou negar-se a atender crianças e jovens com NEE é considerado crime. Não ensinar-lhes na escola, no nosso ponto de vista, também deveria sê-lo.
A nossa legislação obriga que as escolas tenham professores de ensino regular preparados para ensinar a TODOS alunos.
O que vemos nas escolas contradiz a legislação. Percebemos que tanto mantenedoras ( federais, estaduais, municipais, particulares) quanto equipes diretivas e, principalmente, professores, estão inaptos. É urgente que se mude a visão acerca da inclusão.
Hoje ve-se alunos que frequentam a escola para "socialização" e não para aprender. Estes alunos merecem ser vistos como alunos e não sob a visão da "pena".
Ora, em 1802, Jacotot já nos disse que " todas inteligências são iguais", o que nos leva a entender que TODOS podem aprender. A antropologia nos demonstra que não há saberes superiores a outros, nem cultura que seja superior e que existem múltiplos caminhos para o desenvolvimento de cultura então não há motivos para q a ação pedagógica não cumpra o único, verdadeiro e democrático papel da Escola: ensinar todos seus alunos.
Precisamos conversar mais sobre a inclusão, debater, formar melhor os professores para que estes não vejam mas sim tenham a sensibilidade e a competência de "olha-los" apesar das diferenças.
Ao escrever este texto, há 4 mãos, nos demos conta que cada vez que um professor diz uma frase como: " Na minha classe tenho 21 alunos e 2 NEE." é fato que não há inclusão, afinal ele tem 21 alunos e 2 siglas, estes NEE nem são contabilizados como alunos, a psicanálise nos mostra estes mecanismos. Cada vez que um laudo médico é usado para justificar a não ensinagem, não está ocorrendo inclusão.
Percebemos que há um longo caminho a ser trilhado para que a verdadeira inclusão ocorra nas nossas escolas, para que esta não seja um mero empilhamento de jovens e crianças portadores de necessidades especiais. É preciso conversa, formação e desejo de mudar a situação.
Patrícia Cordeiro e Rita Romanelli

Nenhum comentário:
Postar um comentário